quarta-feira, 16 de setembro de 2009

LATIFUNDIÁRIOS AGEM DE FORMA DESUMANA

Aldeia Guarani é incendiada no Mato Grosso do Sul No ultimo dia 14 de setembro, pessoas não identificadas queimaram cerca de 35 casas de indígenas Guarani Kaiowá, da aldeia Laranjeira Ñanderu, próxima do município de Rio Brilhante, no Mato Grosso do Sul. Os indígenas não estavam na aldeia, pois desde o dia 11 foram obrigados a sair da terra por ordem judicial e estão acampados à beira da BR-163.

Os cerca de 130 Guarani Kaiowá da comunidade Laranjeira Ñanderu assistiram o fogo consumir suas casas e o restante de seus pertences. Durante a noite, os causadores do incêndio continuaram a amedrontar os indígenas, com carros vigiando as coisas queimadas e acendendo os faróis contra os barracos na beira da estrada.

O Ministério Público Federal foi alertado e se comprometeu a enviar agentes policiais, mas isso não aconteceu. De acordo com Zezinho, uma das lideranças Guarani, os indígenas estão abalados porque não foram apenas as casas queimadas, mas também os espíritos dos que moravam com eles.

Durante a madrugada, alguns indígenas ainda se arriscaram a ir à antiga aldeia para resgatar pequenos animais, mas a maioria dos bichos, como galinhas e cachorros, estavam mortos. Toda a comunidade passou a noite sem dormir, com medo dos ataques.

Os indígenas Guarani Kaiowá estão acampados na beira da estrada, em frente à fazenda Santo Antônio de Nova Esperança, onde está a terra tradicional do povo, à espera de demarcação.

Cimi MS

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O nosso Adolescente – É importante saber!

Dr. Jajáh*

Meus amigos, o ser humano nunca está pronto. Acabado. Está sempre em transformação. Em vir a ser. Dos estágios que caracterizam a vida, a adolescência pode ser considerada a mais penosa. Crucial. As transformações são abruptas, desequilíbrios e instabilidades diversas. É como o vôo de um avião que passa por turbulências. Não é mais criança, portanto, não pode ser tratado como tal. Ainda não é adulto, mas quer ser tratado como tal.
O Dr. Maurício Knobel define como "Síndrome normal do adolescente", o seguinte conjunto de comportamentos:
1 – busca de si mesmo e de sua identidade – é importante e necessário;
2 – tendência grupal – é natural e desejável;
3 – necessidade de intelectualizar e fantasiar – é aqui que a introdução à intelectualização;
4 – crise religiosa – é normal que se afaste da igreja;
5 – falta de conceito de tempo – o relógio é apenas um adorno;
6 – evolução sexual – aqui ocorre a definição;
7 – atividade social reivindicatória – exige ser tratado como "gente";
8 – contradições sucessivas em manifestações de conduta – ainda não sabe o que é e o que quer;
9 – separação progressiva dos pais – os amigos assumem importância de destaque;
10 – constantes flutuações de humor e de estado de ânimo – suas preferências ainda não se encontram consolidadas.
Sendo assim, meu amigo, e é, temos que nos conduzir com tranqüilidade para não colocar a nave de nosso filho em pane, perturbando a condução e o rumo.
Essas características precisam ser conhecidas pelos pais e educadores, para não considerarem o jovem como problemático.
As rupturas sofridas pelo adolescente muitas vezes são abruptas e repentinas. A nossa participação competente busca amenizar o trauma e transmitir compreensão e segurança.
Segundo Arminda Aberastury, as perdas ou lutos são:
– luto pelo corpo infantil perdido;
– luto pelo papel e identidades infantis que o obrigam a renunciar à dependência e aceitar a responsabilidade;
– luto pelos pais da infância, que o adolescente tenta reter em sua memória;
– luto pela bissexualidade infantil;
Tudo isso é muito difícil. Manter e conservar é muito mais fácil, mais cômodo, do que mudar e encarar a novidade que é desconhecida. É preciso compreender que os caminhos a percorrer pelos nossos filhos são acidentados, mas são seus, portanto pais e filhos devem lutar com alegria na busca da liberdade e do amor.
Meu estimado amigo, assim como no churrasco não pode faltar a carne, no pão de queijo não pode faltar o queijo e o ovo, na educação de nossos adolescentes, mais do que em qualquer outra fase, não pode faltar os dois ingredientes mais importantes: o DIÁLOGO e o AMOR. Diálogo com amor. Amor com diálogo.
É neste momento que a constituição física e fisiológica se define. A manifestação da sexualidade imposta pela produção hormonal é, quem sabe, a principal força transformadora. A testosterona nos rapazes (em torno dos 13 anos) e de estrógenos e progestágenos, nas moças (em torno dos 11 anos). São essas substâncias produzidas pelas chamadas, gônadas que transformam o nosso filho bissexuado no rapaz e na moça com quem temos que lidar e ajudar.
É agora que o temperamento, a inteligência e o caráter começam a se manifestar e assumir as conformações que acompanharão o futuro adulto através de sua personalidade.
A luta do nosso filho em busca do respeito, da consideração e do tratamento como adulto não é outra coisa senão a sua luta pela sonhada e indispensável autonomia – faculdade de se governar por si mesmo.
Aqui está um dos pontos em que os pais mais manifestam as suas inseguranças. Soltar gradativamente a corda. Permitir que o amado filho ande por si, decida por si, escolha por si, viva por si.
Certamente é na família – e isso é o desejável – que o adolescente irá buscar os parâmetros necessários à sua postura social. É a filosofia de cada lar que irá orientar seu comportamento como ser social. Se é no seio da família que o jovem vai se rebelar, é nele também que encontrará os modelos para se afirmar.
O diálogo dever ser oportuno, onde deve prevalecer a atitude de ouvir por parte dos pais. Crítica? Este é o momento mais inadequado. Diálogo! Diálogo que permita momentos de reflexão! De autocrítica! As dicas são:
– saber provocar habilmente o diálogo, quando sentem que o adolescente está mais retraído do que o costume;
– que os pais tenham dignidade moral, para que sejam respeitados pelos filhos;
– ter discernimento para dialogar nos momentos oportunos;
– o diálogo deve ser respeitoso;
– saber ouvir mais do que falar;
– ser corajoso e estar preparado; finalmente,
– ser franco e caloroso.
A conquista da liberdade – da AUTONOMIA – é um dos fenômenos mais nobres e valiosos que ocorre nesta fase da vida dos nossos filhos. Capacidade e direito de viver sem intermediários, guiar por si a sua vida, assumir-se e assumir a sua vida. Decidir, escolher e se responsabilizar por suas escolhas. Construir a própria estrada.
Meu querido amigo, não existe um código que ensine, uma faculdade que forme, uma receita que determine como educar os nossos filhos. Sugiro que você se utilize do Código do Bom Senso, da presença ativa e da vontade de acertar. Só assim vamos ter adultos bem formados e felizes. Pense nisso. Pense e aja!

*Referência: Educar, um desafio. Escola de Pais do Brasil.
*O autor é médico na cidade de Dourados – Mato Grosso do Sul – O Estado do Pantanal – PN.
www.jajah.med.br / jajah@jajah.med.br