quarta-feira, 2 de junho de 2010

MASCARAS

Estava voando no seu carro a mil por hora. O expediente havia terminado e a orla de Copacabana o chamava. Iria começar sua parte predileta do dia. A escolha da parceira ideal para a noitada. Suas incríveis noitadas entre quatro paredes. O momento era único, como todo momento. Mas, naquele dia, já despojado do casaco da moralidade, sua mente fabricava constantes fantasias. Estava estimulado a seguir rumo ao contraditório e inexplicável. Luzes, espetáculos, futebol nada mais o interessava. Estava vidrado naquilo.
As garotas começaram a aparecer reluzentes pelos calçadões, mas não era isso que ele queria. Era outro tipo de garota. Um tipo especial. "Pronto!" Elas ficavam por essa parte. Travestis e transexuais se exibiam, mostrando todo o prazer que ele poderia ter se fizesse a escolha certa. "Pronto!" Ali estava ela. Luci Estrela, sua grande paixão. Nem a esposa, ou a amante o excitava tanto. "Merda!" Um carro o havia cortado. "Essa não! Só faltava..." O canalha passou a frente e parou bem no ponto para falar com sua estrela. Passou pelo adversário e olhou pelo retrovisor. Diminuindo a velocidade fizera o retorno.
- ahhh!!!- Respirava aliviado, o canalha que havia passado na frente... Havia só passado, - isso mesmo, o pensava, a feição mudou com sorriso, parecendo criança que acabara de ganhar o brinquedo que tanto desejava. Seta para direita, acenou para aquela que seria sua acompanhante da noite. Ao se aproximar, como já fazia de costume, combinou o preço e pediu que entrasse. Ela entrou. Pegou a direção do Motel. Quando viu já estavam no quarto. Tirou a roupa e mostrou a cuequinha com a bandeira do Brasil.
Da alta sociedade Dimitri no seu meio social se comportava sem expressão, fechado, controlando seus movimentos, sua voz, suas vontades, o sexo pago era sua forma de se satisfazer, sem ter compromisso. Achava menos arriscado, um típico inrrustido preso no armário da moral, dos bons costumes, da vida que não queria pra si, mas que a impuseram.
Após trocas de caricias, com o pênis já lubrificado a travesti pediu que ele ficasse de quatro, como já estava acostumado ser aposição predileta de seu cliente. Após horas de coitos e sexo selvagem, Dimitri volta para casa, aonde chegaria reclamando da reunião entediante que tivera depois do expediente. Amanhã estaria cedo no escritório, pronto para uma reunião com senhores tão moralistas quanto ele. Afinal, a tradição era muito apreciada em seu círculo de amizades.

POR: Evandro Santos Pinheiro e
Fabio da Silva Barbosa

7 comentários:

  1. Bom,fiquei grudada na história, sem desgrudar da leitura, muito bem escrita parabéns,personagem forte marcante e tem informações que levam a um contexto literario e é uma critica bem pensada.

    luhhara/letras/literatura/UFGD

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  2. nao sei se é minha mente pervertida, mas me fez lembrar aqueles contos eroticos :D (muito bom, parabéns Evandro)

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  3. Ficou show..
    vc escreve muito bem Evandro

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  4. realmente é assim mesmo que acontece com muitos.... duas vidas diferentes , uma visível para com seu meio de vida e a outra escondida dentro de sí.. muito interessante o blog PARABÉNS..

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  5. muitoo boa essa história em Evandro :D vc falo muito bem desse homens casados que no fim anda comendoo tudoo por aew:D

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  6. muito bem escrita essa historia ficou legal ! Parabéns

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  7. Evandro como sempre escrevendo boas Historias parabens!

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